Intestino e Saúde Íntima Feminina: O Que a Sua Microbiota Tem a Ver com Ressecamento e Infecções?
- Dra Laura Gusman

- Aug 5
- 2 min read
Você já ouviu falar que o intestino é o “segundo cérebro”? Pois bem — na saúde íntima feminina, ele também é um verdadeiro maestro.
Durante a menopausa ou mesmo na transição para ela, muitas mulheres notam mudanças desconfortáveis: ressecamento na região íntima, infecções de repetição, coceira, ardência, alterações no cheiro ou nas secreções. E nem sempre a causa está apenas nos hormônios.
O que muita gente não sabe é que o intestino — sim, ele! — pode estar por trás de muitos desses sintomas.

A microbiota: seu exército silencioso
Nosso corpo abriga trilhões de bactérias boas que convivem conosco em equilíbrio. Elas vivem na pele, na boca, no intestino — e, claro, na região íntima também. Esse conjunto de microrganismos benéficos é chamado de microbiota.
Quando tudo está em equilíbrio, a microbiota protege contra invasores, controla a inflamação e até participa da produção de neurotransmissores e hormônios.
Mas quando há um desequilíbrio — chamado de disbiose — o corpo inteiro pode sofrer.
Intestino e canal íntimo: qual a relação?
A microbiota intestinal influencia diretamente a microbiota da região íntima (em especial o canal interno). Isso acontece porque muitas das bactérias que colonizam a região genital vêm do próprio intestino — e a comunicação entre os dois sistemas é constante.
Se o intestino está inflamado ou colonizado por bactérias nocivas, essas mesmas bactérias podem migrar para a região íntima, aumentando o risco de:
Candidíase de repetição
Infecções urinárias
Inflamação local
Odor alterado
Maior sensibilidade ou ardência
Além disso, a disbiose intestinal pode prejudicar a absorção de nutrientes e a metabolização de hormônios, inclusive os administrados via reposição hormonal.
E o ressecamento íntimo?
O ressecamento é multifatorial, mas há um componente inflamatório envolvido — e um intestino em desequilíbrio é uma fonte silenciosa de inflamação constante.
Além disso, a queda do estrogênio na menopausa altera a microbiota da região íntima, favorecendo o crescimento de bactérias menos protetoras. O resultado? Uma região mais ressecada, mais suscetível a atrito, infecção e desconforto.
Manter um intestino saudável ajuda a preservar o equilíbrio local da região íntima e a reduzir sintomas como secura, coceira e desconforto na relação.
Como cuidar do intestino para proteger a saúde íntima?
Aqui vão algumas estratégias que recomendo com frequência:
Evite excesso de açúcar e ultraprocessados — eles alimentam as bactérias ruins.
Inclua fibras e prebióticos naturais — como linhaça, aveia, banana verde e alho.
Consuma alimentos fermentados — iogurte natural, kefir, kombucha (com moderação).
Hidrate-se bem — a mucosa depende de hidratação interna também.
Avalie o uso de probióticos — em alguns casos, probióticos orais ou vaginais podem auxiliar, mas devem ser indicados individualmente.
Quando investigar mais a fundo?
Se você sente que a sua região íntima mudou significativamente — com mais infecções, ressecamento, ardência ou perda de proteção natural — pode ser a hora de olhar para o intestino também.
O corpo é um sistema — e o cuidado precisa ser integrado.





